Preconceito, Paradoxo de Murphy e os estranhos da minha rotina.

08/31/2010 at 21:47 (Sem categoria)

Tenho tentado não imitar os títulos do P.C. Siqueira (link do Vlog: http://www.youtube.com/user/maspoxavida) mas sei lá. Achei simples, direto e divertido o jeito. Deixa, sei lá, um ar de mistério sobre o que se trata, mas ainda assim, expõe os assuntos.

Bom, parado o primeiro non-sense comment, segue o segundo: puta merda, minha memória tá um lixo.Bem como meu corpo como um todo. Dói tudo, até a alma.

Mas, vamos ao que “vale” a pena:

Hoje de manhã eu peguei um ônibus. Atividade corriqueira e constante na vida de estudantes. Mas, antes disso, eu estava na parada. Atrasado. Peguei meu celular e entrei no famigerado Twitter (@lfalla hein) e postei o seguinte: “Sempre que vou twittar que estou atrasado e nunca vem o bus ele aparece. Hoje não foi diferente…” e não foi mesmo. Puxei o celular, terminei de digitar o “ele aparece” e quem veio? O ônibus.

Um legítimo “putz, queimei a língua”. Ou como Murphy explica: “se tu diz que um evento nunca acontece, ou nunca vai acontecer, ele IRÁ acontecer.”

Mas, como Murphy também diria: “se tu tá atrasado, tudo conspirará para que tu se atrase mais ainda.”

Bingo, tá aí o meu paradoxo de Murphy, que eu fiquei pensando no ônibus. Se Murphy diz que eu vou me atrasar mais ainda porque o ônibus não vem nunca, mas o ônibus vem quando eu suponho que ele nunca vai vir, ele tá se contradizendo.  Se alguém conseguir me explicar, eu fico muito feliz.

EEEE a rotina. O primeiro ônibus, enquanto eu pirava no “paradoxo” eu vi uma velhinha subir no ônibus. Mas é uma velhinha que eu vejo seguidamente nos ônibus (diga-se que eu me atraso bastante :P). Depois, pra voltar pra casa, peguei uma linha universitária e me deparei com uma senhorita MUITO simpática. Tão simpática que eu me lembrei dela, e das pessoas que subiram com ela. E é a quarta vez que eu vejo ela, sempre no mesmo dia, no mesmo horário.

Fiquei um tempo fritando a mente nessas coisas pequenas… Os estranhos que fazem parte da tua rotina. Pessoas sem nome, sem história, sem preferências mas com um rosto e que, querendo ou não, tão ali. Quantas vezes tu não passa pelas mesmas pessoas, já meio que esboça um “oi” ou ao menos uma cara de “tu aí de novo?”? São pessoas tão próximas de ti, fazem parte do teu dia-a-dia e tu nem ao menos sabe o nome delas.

E o preconceito entra no fim, porque é o assunto delicado e que eu provavelmente serei queimado vivo. Nas ruas da capital da província foram feitos outdoors escritos frases de “efeito” do tipo: “sou negra, administradora. Na sua empresa tem vaga para mim?”. Logo abaixo “apenas 3% das gerentes são mulheres – dentre essas, x% são negras”. Não lembro as porcentagens, por isso chutei e no outro botei um x pra não falar algo muito absurdo.

Só eu vejo algo de errado nesse outdoor? Tipo uma… total falta de sentido? O preconceito existe, fato. Mas isso não seria, talvez, por motivos mais… históricos? A sociedade era extremamente machista, talvez ISSO faça com que não tenha um grande percentual de mulheres nos cargos de liderança? Aliás, trabalhando? Ou, ainda, a infeliz história da escravidão? Não é uma questão de preconceito.

Achei totalmente falho essa linha de outdoors, com exceção da que diz “bla bla bla sou soro positiva. Na sua empresa tem espaço para mim?”. Acho que hoje existe um preconceito muito mais forte em relação a um portador do HIV do que a um negro. Também achei válido ao do homossexual. Ainda TEM muito preconceito com as diferentes opções sexuais.

O racismo e o preconceito muitas vezes tá na mente das pessoas. Muitas não. Só acho que ficou meio falho essa linha publicitária, mas valeu a intenção. Esse papo eu tive com um amigão meu enquanto almoçava no RU.

Bom, acho que fico por aqui. Já divaguei o suficiente. Falei sobre os estranhos que habitam a nossa rotina, do estranho paradoxo de que ou Murphy tá certo, ou tá errado, mas que tá certo-errado e sobre o lance de publicidade anti-preconceito que acabou meio que ignorando a história como um todo.

“Que o desprezo que nos cerca
Fortaleça essa canção
E que o nosso egoísmo
Se transforme em união
E onde o amor for infinito,
Que eu encontre o meu lugar
E que o estorvo da maldade
Não me impeça de voar
Talvez você me encontre por aí

Música: Oração do Horizonte – Detonautas Roque Clube.

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Meus melhores amigos simbólicos no futuro.

08/23/2010 at 21:21 (Outros)

“(…) e não paro de cantar;  tu é meu melhor amigo! (…)”

Essa é parte de uma letra de uma ode ao Internacional, clube para o qual eu torço. Por sinal, atual bi-campeão da Libertadores. Tá, desculpa, não pude deixar de comentar. 😛

Mas então, o que a música tem a ver com o título e ainda mais, com o Internacional?

Explico:

Na semi-final da Libertadores eu não consegui dormir no dia anterior aos jogos. Quando o Inter esboçou a possibilidade de derrota pro São Paulo eu fiquei terrivelmente abatido. Minha sorte foi contar com a companhia de um amigo no Skype.

Na final, novamente, não consegui dormir, não assisti nenhuma aula (só o corpo tava lá) e na hora do jogo, mal consegui executar minhas tarefas normais. Até tentar invadir o estádio tentei.

Fanatismo? Talvez. Mas eu apelidei isso de “meu querido amigo simbólico”. Cada pessoa tem o seu, e não adiciono aqui cães, por exemplo, seres que muitas pessoas de fato têm como melhores amigos. Todo mundo tem alguma coisa “xodó” que considera parte de seu ser, ou seja, um melhor amigo. Ao menos eu fui “doutrinado” a considerar meus melhores amigos como partes de mim – portanto, não dizer que qualquer um é meu “melhor amigo”.

No fim, notei que de fato muita gente age dessa forma. Inclusive numa discussão que eu tive, conferi isso. Como falei, praticamente todos nós temos o nosso amigo simbólico – um objeto pessoal ao melhor tipo bicho de pelúcia, uma entidade ao melhor estilo clube de futebol e afins – aos quais nos dedicamos de forma incrível e absoluta. Igual a um amigo. Inclusive nos decepcionamos, ficamos brabos (porra Inter, empatar com o Atl. Goianiense?) e “brigamos”.

Acho que a única diferença é que dos amigos simbólicos nós usualmente não nos desfazemos, porque por pior que sejam nos conferem conforto e alento em qualquer hora justamente por ser um símbolo, um objeto ou entidade. Pessoas já são um pouco mais complicadas nesse quesito.

E por que diabos “no futuro”? Também: entrei em discussões inacreditáveis sobre o futuro. O que nos espera no futuro? Como é o hoje, que ontem era o amanhã? É verdade que nós estamos ficando burros? Virando seres estúpidos e incapazes de pensar em sua maioria? E as máquinas? Vão continuar a progredir de forma assombrosa até se tornarem “simbioses” do humano e nos “ciborguisarmos”?

Vida eterna? Reciclagem de humanos misturado com re-encarnação? Tantas teorias que eu gastaria horas falando aqui. Mas apenas lute contra a alienação em massa e a falta de cérebros pensantes nos dias de hoje e imagine como vai ser o ano de 2030. O que vai ter acontecido? Será que nós estaremos a apenas um passo das máquinas? Será que já seremos máquinas? Será que vai mudar pouca coisa? Muita coisa?

Aproveita e imagine como vão estar os teus amigos simbólicos. Eles ainda vão existir? Como vai ser?

E agora outro quick brainstorm: o que aconteceria se a Terra desse “uma paradinha”? Se ela parasse com todo o movimento – translação e rotação? Iríamos sofrer com uma abrupta e forte inércia? O que DIABOS aconteceria?

Fico por aqui com esse texto bizarro, mas que pra mim faz sentido.

L

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Querido diário, como vai?

08/06/2010 at 23:59 (Dia-a-dia)

Hola personas. Como ván ustedes? Falo muito espanhol hein? Buenas pessoas, faz muito tempo que não venho aqui. Muito mesmo. Me surpreendo que passei tanto tempo sem escrever, tendo passado por tantas coisas.

Mas alguns ”news from da roots” que consegui lembrar agora:

Viajei pra São Paulo. Campinas, mais especificamente, mas passei pela grande metrópole brasileira. Fui pro congresso anual da engenharia de alimentos – SEMALIM (Semana da Engenharia de Alimentos) na Unicamp. Palavras pra definir o estado: “tem tanta estrada… tanta casa… tanta coisa… tanta luz… meu Deus, eu odeio essa m**** de estado.”

Palavra pra definir o evento: incrível.   Contato com gente do Brasil inteiro, contato com profissionais atuantes na área, palestras legais. Enfim, uma experiência muito boa. Fora as horas rindo com um pessoal bacana que conheci por lá. E a oportunidade de re-conhecer alguém.

Não re-conhecer de reconhecer alguém, de ver alguém e identificar, mas sim de deletar todos os conceitos que se tinha de alguém e reformá-los. Fiz isso algumas vezes por lá, e me surpreendi. Passei a admirar e a gostar de pessoas que eu anteriormente tinha certo asco e desprezo. O mesmo vale pro contrário. Passei a admirar menos e a desgostar de algumas outras por faltas bobas, mas ainda assim, faltas.

Por sinal… até falei essa frase a um tempo atrás: “muitas coisas mudam. Contudo, outras nunca mudam.”. Não, não consegui ser menos intolerante. Na realidade consegui ser mais cego e menos preocupado… Como diria o Syllah: “BRASIL, f***-se!”.  Mas algumas coisas ainda continuam tabus e imperdoáveis.

Mas bueno, continuando… Tenho arranjado alguns bicos de fr33lancer (que de free não tem nada hahahaha) e isso tem me consumido um considerável tempo. Além de todos os compromissos sociais, que por mágico, vêm surgindo todos os dias.

Cacildis, isso realmente tá um “meu querido diário” hahaha.

Mas continuando linhas de raciocínio não-lineares: hoje eu vi uma cena muito casca. Era cedo da manhã, quando eu ia pegar o ônibus para ir me encontrar com um amigo no shopping. Um grande amigo que talvez esteja partindo dessa pra melhor (indo pra Europa… QUASE te fiz pensar que ele ia morrer, né?).

Mas cheguei na parada e vi uma mulher com um bebê no colo. Bebê bem bonitinho até, risonho e faceiro. Serelepe pimpão. E então veio um senhor com uns 80 anos (aparentava ao menos…) e abriu um sorriso tão largo quando viu o bebê que não teve como não se render. O bebê correspondeu o sorriso e parecia que as duas gerações se curtiram durante alguns segundos que pareceram muito tempo.

O encontro do novo e do velho. Do que o tempo ainda não degradou, e do que já muito viu o tempo passar. Muito, muito foda.

Bueno, queria compartilhar esse singelo momento que pra ti, que lê agora, é grande porcaria e parece devaneio de um drogado qualquer, mas foi realmente um momento muito casca.

Além de outros fatos interessantes que eu comento em um outro post.

E segue uma listinha de sugestões:

Ghost in the Shell (SAC e SAC 2nd GIG) – anime cyberpunk (ou pós-cyberpunk) excelente. Trama envolvente e tema maduro. Versa sobre uma unidade de elite da polícia japonesa em um futuro onde quase todos são ciborgues ou tem grande número de próteses robóticas. Recomendo e MUITO. Já figura na lista de melhores animes que eu já vi fácil.

– Barrinhas de chocolate Maxi da Bauduco. Enquanto eu escrevia esse texto eu devorei 5 dessas barrinhas e nossa… Poderia comer mais umas 2 caixas tranqüilo.

– Pra quem gosta e tem como, jogo Starcraft II. Estratégia futurista. Sim, estou num momento meio futurista.

Revista Galileu, em especial a edição do mês de agosto com matéria de capa “A Internet está deixando você burro?”. MUITO boa matéria, além de uma matéria incrível sobre os gênios brasileiros (que, óbvio, ninguém conhece).

Tinha mais uma penca de coisas pra recomendar mas não lembro. Então fica pro próximo post, como o resto dos fatos místicos.

When the sun shine shines down on you
There’s no matter what you do
Everything will turn out right

música Victory – Allen & Lande

L.

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