Preconceito, Paradoxo de Murphy e os estranhos da minha rotina.

08/31/2010 at 21:47 (Sem categoria)

Tenho tentado não imitar os títulos do P.C. Siqueira (link do Vlog: http://www.youtube.com/user/maspoxavida) mas sei lá. Achei simples, direto e divertido o jeito. Deixa, sei lá, um ar de mistério sobre o que se trata, mas ainda assim, expõe os assuntos.

Bom, parado o primeiro non-sense comment, segue o segundo: puta merda, minha memória tá um lixo.Bem como meu corpo como um todo. Dói tudo, até a alma.

Mas, vamos ao que “vale” a pena:

Hoje de manhã eu peguei um ônibus. Atividade corriqueira e constante na vida de estudantes. Mas, antes disso, eu estava na parada. Atrasado. Peguei meu celular e entrei no famigerado Twitter (@lfalla hein) e postei o seguinte: “Sempre que vou twittar que estou atrasado e nunca vem o bus ele aparece. Hoje não foi diferente…” e não foi mesmo. Puxei o celular, terminei de digitar o “ele aparece” e quem veio? O ônibus.

Um legítimo “putz, queimei a língua”. Ou como Murphy explica: “se tu diz que um evento nunca acontece, ou nunca vai acontecer, ele IRÁ acontecer.”

Mas, como Murphy também diria: “se tu tá atrasado, tudo conspirará para que tu se atrase mais ainda.”

Bingo, tá aí o meu paradoxo de Murphy, que eu fiquei pensando no ônibus. Se Murphy diz que eu vou me atrasar mais ainda porque o ônibus não vem nunca, mas o ônibus vem quando eu suponho que ele nunca vai vir, ele tá se contradizendo.  Se alguém conseguir me explicar, eu fico muito feliz.

EEEE a rotina. O primeiro ônibus, enquanto eu pirava no “paradoxo” eu vi uma velhinha subir no ônibus. Mas é uma velhinha que eu vejo seguidamente nos ônibus (diga-se que eu me atraso bastante :P). Depois, pra voltar pra casa, peguei uma linha universitária e me deparei com uma senhorita MUITO simpática. Tão simpática que eu me lembrei dela, e das pessoas que subiram com ela. E é a quarta vez que eu vejo ela, sempre no mesmo dia, no mesmo horário.

Fiquei um tempo fritando a mente nessas coisas pequenas… Os estranhos que fazem parte da tua rotina. Pessoas sem nome, sem história, sem preferências mas com um rosto e que, querendo ou não, tão ali. Quantas vezes tu não passa pelas mesmas pessoas, já meio que esboça um “oi” ou ao menos uma cara de “tu aí de novo?”? São pessoas tão próximas de ti, fazem parte do teu dia-a-dia e tu nem ao menos sabe o nome delas.

E o preconceito entra no fim, porque é o assunto delicado e que eu provavelmente serei queimado vivo. Nas ruas da capital da província foram feitos outdoors escritos frases de “efeito” do tipo: “sou negra, administradora. Na sua empresa tem vaga para mim?”. Logo abaixo “apenas 3% das gerentes são mulheres – dentre essas, x% são negras”. Não lembro as porcentagens, por isso chutei e no outro botei um x pra não falar algo muito absurdo.

Só eu vejo algo de errado nesse outdoor? Tipo uma… total falta de sentido? O preconceito existe, fato. Mas isso não seria, talvez, por motivos mais… históricos? A sociedade era extremamente machista, talvez ISSO faça com que não tenha um grande percentual de mulheres nos cargos de liderança? Aliás, trabalhando? Ou, ainda, a infeliz história da escravidão? Não é uma questão de preconceito.

Achei totalmente falho essa linha de outdoors, com exceção da que diz “bla bla bla sou soro positiva. Na sua empresa tem espaço para mim?”. Acho que hoje existe um preconceito muito mais forte em relação a um portador do HIV do que a um negro. Também achei válido ao do homossexual. Ainda TEM muito preconceito com as diferentes opções sexuais.

O racismo e o preconceito muitas vezes tá na mente das pessoas. Muitas não. Só acho que ficou meio falho essa linha publicitária, mas valeu a intenção. Esse papo eu tive com um amigão meu enquanto almoçava no RU.

Bom, acho que fico por aqui. Já divaguei o suficiente. Falei sobre os estranhos que habitam a nossa rotina, do estranho paradoxo de que ou Murphy tá certo, ou tá errado, mas que tá certo-errado e sobre o lance de publicidade anti-preconceito que acabou meio que ignorando a história como um todo.

“Que o desprezo que nos cerca
Fortaleça essa canção
E que o nosso egoísmo
Se transforme em união
E onde o amor for infinito,
Que eu encontre o meu lugar
E que o estorvo da maldade
Não me impeça de voar
Talvez você me encontre por aí

Música: Oração do Horizonte – Detonautas Roque Clube.

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Meus melhores amigos simbólicos no futuro.

08/23/2010 at 21:21 (Outros)

“(…) e não paro de cantar;  tu é meu melhor amigo! (…)”

Essa é parte de uma letra de uma ode ao Internacional, clube para o qual eu torço. Por sinal, atual bi-campeão da Libertadores. Tá, desculpa, não pude deixar de comentar. 😛

Mas então, o que a música tem a ver com o título e ainda mais, com o Internacional?

Explico:

Na semi-final da Libertadores eu não consegui dormir no dia anterior aos jogos. Quando o Inter esboçou a possibilidade de derrota pro São Paulo eu fiquei terrivelmente abatido. Minha sorte foi contar com a companhia de um amigo no Skype.

Na final, novamente, não consegui dormir, não assisti nenhuma aula (só o corpo tava lá) e na hora do jogo, mal consegui executar minhas tarefas normais. Até tentar invadir o estádio tentei.

Fanatismo? Talvez. Mas eu apelidei isso de “meu querido amigo simbólico”. Cada pessoa tem o seu, e não adiciono aqui cães, por exemplo, seres que muitas pessoas de fato têm como melhores amigos. Todo mundo tem alguma coisa “xodó” que considera parte de seu ser, ou seja, um melhor amigo. Ao menos eu fui “doutrinado” a considerar meus melhores amigos como partes de mim – portanto, não dizer que qualquer um é meu “melhor amigo”.

No fim, notei que de fato muita gente age dessa forma. Inclusive numa discussão que eu tive, conferi isso. Como falei, praticamente todos nós temos o nosso amigo simbólico – um objeto pessoal ao melhor tipo bicho de pelúcia, uma entidade ao melhor estilo clube de futebol e afins – aos quais nos dedicamos de forma incrível e absoluta. Igual a um amigo. Inclusive nos decepcionamos, ficamos brabos (porra Inter, empatar com o Atl. Goianiense?) e “brigamos”.

Acho que a única diferença é que dos amigos simbólicos nós usualmente não nos desfazemos, porque por pior que sejam nos conferem conforto e alento em qualquer hora justamente por ser um símbolo, um objeto ou entidade. Pessoas já são um pouco mais complicadas nesse quesito.

E por que diabos “no futuro”? Também: entrei em discussões inacreditáveis sobre o futuro. O que nos espera no futuro? Como é o hoje, que ontem era o amanhã? É verdade que nós estamos ficando burros? Virando seres estúpidos e incapazes de pensar em sua maioria? E as máquinas? Vão continuar a progredir de forma assombrosa até se tornarem “simbioses” do humano e nos “ciborguisarmos”?

Vida eterna? Reciclagem de humanos misturado com re-encarnação? Tantas teorias que eu gastaria horas falando aqui. Mas apenas lute contra a alienação em massa e a falta de cérebros pensantes nos dias de hoje e imagine como vai ser o ano de 2030. O que vai ter acontecido? Será que nós estaremos a apenas um passo das máquinas? Será que já seremos máquinas? Será que vai mudar pouca coisa? Muita coisa?

Aproveita e imagine como vão estar os teus amigos simbólicos. Eles ainda vão existir? Como vai ser?

E agora outro quick brainstorm: o que aconteceria se a Terra desse “uma paradinha”? Se ela parasse com todo o movimento – translação e rotação? Iríamos sofrer com uma abrupta e forte inércia? O que DIABOS aconteceria?

Fico por aqui com esse texto bizarro, mas que pra mim faz sentido.

L

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Querido diário, como vai?

08/06/2010 at 23:59 (Dia-a-dia)

Hola personas. Como ván ustedes? Falo muito espanhol hein? Buenas pessoas, faz muito tempo que não venho aqui. Muito mesmo. Me surpreendo que passei tanto tempo sem escrever, tendo passado por tantas coisas.

Mas alguns ”news from da roots” que consegui lembrar agora:

Viajei pra São Paulo. Campinas, mais especificamente, mas passei pela grande metrópole brasileira. Fui pro congresso anual da engenharia de alimentos – SEMALIM (Semana da Engenharia de Alimentos) na Unicamp. Palavras pra definir o estado: “tem tanta estrada… tanta casa… tanta coisa… tanta luz… meu Deus, eu odeio essa m**** de estado.”

Palavra pra definir o evento: incrível.   Contato com gente do Brasil inteiro, contato com profissionais atuantes na área, palestras legais. Enfim, uma experiência muito boa. Fora as horas rindo com um pessoal bacana que conheci por lá. E a oportunidade de re-conhecer alguém.

Não re-conhecer de reconhecer alguém, de ver alguém e identificar, mas sim de deletar todos os conceitos que se tinha de alguém e reformá-los. Fiz isso algumas vezes por lá, e me surpreendi. Passei a admirar e a gostar de pessoas que eu anteriormente tinha certo asco e desprezo. O mesmo vale pro contrário. Passei a admirar menos e a desgostar de algumas outras por faltas bobas, mas ainda assim, faltas.

Por sinal… até falei essa frase a um tempo atrás: “muitas coisas mudam. Contudo, outras nunca mudam.”. Não, não consegui ser menos intolerante. Na realidade consegui ser mais cego e menos preocupado… Como diria o Syllah: “BRASIL, f***-se!”.  Mas algumas coisas ainda continuam tabus e imperdoáveis.

Mas bueno, continuando… Tenho arranjado alguns bicos de fr33lancer (que de free não tem nada hahahaha) e isso tem me consumido um considerável tempo. Além de todos os compromissos sociais, que por mágico, vêm surgindo todos os dias.

Cacildis, isso realmente tá um “meu querido diário” hahaha.

Mas continuando linhas de raciocínio não-lineares: hoje eu vi uma cena muito casca. Era cedo da manhã, quando eu ia pegar o ônibus para ir me encontrar com um amigo no shopping. Um grande amigo que talvez esteja partindo dessa pra melhor (indo pra Europa… QUASE te fiz pensar que ele ia morrer, né?).

Mas cheguei na parada e vi uma mulher com um bebê no colo. Bebê bem bonitinho até, risonho e faceiro. Serelepe pimpão. E então veio um senhor com uns 80 anos (aparentava ao menos…) e abriu um sorriso tão largo quando viu o bebê que não teve como não se render. O bebê correspondeu o sorriso e parecia que as duas gerações se curtiram durante alguns segundos que pareceram muito tempo.

O encontro do novo e do velho. Do que o tempo ainda não degradou, e do que já muito viu o tempo passar. Muito, muito foda.

Bueno, queria compartilhar esse singelo momento que pra ti, que lê agora, é grande porcaria e parece devaneio de um drogado qualquer, mas foi realmente um momento muito casca.

Além de outros fatos interessantes que eu comento em um outro post.

E segue uma listinha de sugestões:

Ghost in the Shell (SAC e SAC 2nd GIG) – anime cyberpunk (ou pós-cyberpunk) excelente. Trama envolvente e tema maduro. Versa sobre uma unidade de elite da polícia japonesa em um futuro onde quase todos são ciborgues ou tem grande número de próteses robóticas. Recomendo e MUITO. Já figura na lista de melhores animes que eu já vi fácil.

– Barrinhas de chocolate Maxi da Bauduco. Enquanto eu escrevia esse texto eu devorei 5 dessas barrinhas e nossa… Poderia comer mais umas 2 caixas tranqüilo.

– Pra quem gosta e tem como, jogo Starcraft II. Estratégia futurista. Sim, estou num momento meio futurista.

Revista Galileu, em especial a edição do mês de agosto com matéria de capa “A Internet está deixando você burro?”. MUITO boa matéria, além de uma matéria incrível sobre os gênios brasileiros (que, óbvio, ninguém conhece).

Tinha mais uma penca de coisas pra recomendar mas não lembro. Então fica pro próximo post, como o resto dos fatos místicos.

When the sun shine shines down on you
There’s no matter what you do
Everything will turn out right

música Victory – Allen & Lande

L.

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Histórias repetidas. Memória curta.

06/20/2010 at 20:58 (Outros)

Hoje eu parei e relembrei uma coisa que eu tinha pensado a muito tempo atrás.

A história é um ciclo. Ela gira, gira, gira, mas sempre termina no mesmo lugar. E o giro é uma elipse, pra não dizer círculo. A elipse, pra quem não sabe, é uma bola “achatada”. Não digo que a história seja um círculo porque ela aparenta não ser linear – ela muda um pouco. A história é uma elipse mutável – ora achatada verticalmente, ora horizontalmente – mas sempre permanece sendo uma elipse.

Sempre se chega a ápices, clímax e um declínio vertiginoso – estagnação e recomeço.

A força de vontade necessária pra romper uma elipse é imensa, e só é motivada pelos mais fortes sentimentos. Raiva, medo, tristeza, mágoa e afins. Só eles rompem com o vício da história. Bem como sentimentos de grande nobreza eliminam os ciclos negativos.

E aí entra a memória curta. Como as pessoas adoram apagar as memórias. Não sei se eles estão certos ou eu – por não apagar a memória. Com a memória curta, eles prologam a existência de ciclos que já deveriam ter sido rompidos.

Acho compreensível e extremamente aceitável apagar a memória do que é ruim, mas jamais das ofensas a mim proferidas. Se me chamassem de inúmeras coisas pejorativas e, de fato, falando com raiva, eu jamais perdoaria. Se as brigas fossem recorrentes dos mesmos motivos sempre, porque insistir numa fórmula errada?

Será uma visão meio engenheira? “Não funciona?” “-Ok, descarta e testa outra coisa”. Me parece tão lógica, prática e correta. Me ofendeu? Me fez mal? Beleza. Tchau.

Sou eu o errado em não insistir no erro? Aliás, será que eu sou errado em achar aquilo um erro? Será que sou eu o errado em não esquecer as ofensas? Sei que existe uma prece em que diz “e perdoai a quem nos tem ofendido”, mas… Vejamos por uma interpretação bastante lógica – não sou eu quem tenho de perdoar, e sim quem ouve a prece (Deus).

Nossa, lendo agora isso que eu escrevi, vejo como eu tento “puxar o assado pro meu lado”. Faz parte da evolução olhar isso, dar uma gargalhada e ver o quão errado eu estou.

Não é saudável ser “facada” como eu venho sendo, mas também não é certo não ter memória a ponto de lembrar as ofensas a mim proferidas.

Não é correto romper todo e qualquer ciclo de forma desmedida, mas também não é acertado se prender e permanecer no ostracismo eterno de uma história já provada como sendo pouco aproveitável.

Onde fica o meio termo nisso? Ainda não sei. Só sei que são poucas as pessoas do meu círculo de amizades que encontraram ele. O resto tá todo perdido nesses ciclos. E acho que isso é uma constante no mundo. As pessoas não sabem o meio termo. Espero em breve fazer parte do pequeno grupo que encontrou o meio termo.

Noite de campo que vejo numa lembrança de outr’ora
Beira de um fogo que acalma, triste cambona que chora
Alma povoada em silêncio deste meu rancho fronteiro
Mateando alguma saudade costeando o sono da espora

De Alma, Campo e Silêncio – Marcelo Oliveira

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Alô, alô?

06/15/2010 at 11:17 (Outros)

Hoje lembrei daqui. Fazia bastante tempo, né? Hahaha. Mas sabe a surpresa? Tem gente que entra nessa joça aqui. Incredible.

Má bueno, não tenho tido super histórias incríveis em ônibus. Aliás, os ônibus se tornaram bastante monótonos. Se pá é por isso que eu não tenho tido muita coisa pra escrever.

Busco ainda alguma coisa que eu ainda não sei o que é. Faz parte, não é?

Sigo com a minha lista de desejos. Ninguém foi legal o suficiente comigo pra me dar um. /cry

Ontem, no Programa do Jô, rolou uma entrevista com o filósofo Mário Sérgio Cortella sobre o lançamento de mais um livro dele da série “O Que a Vida me Ensinou – Viver em Paz para Morrer em Paz” que me interessou mutcho pela palestra que o cara fez do livro. Se alguém tiver aí com uma grana sobrando… 😀

E aí, e o que mais? Bueno, começou a copa, né?! Maravilha, futebol todo dia, duas vezes por dia! Já rolou uma das partidas que eu considero zebra: Japão ganhar de Camarões.

Mas falando em Japão, tenho estudado bastante a filosofia dos rapazes, principalmente as passadas pelos samurais – que também eram filósofos, pintores, escultores e diabo a quatro. Em principal, os ensinamentos que Kamiizumi Hidetsuna teria passado pra Yagyu Munetoshi que, por sua vez, teria passado para Musashi.

É bem legal, e bem sintetizado no mangá Vagabond, do qual eu coloco um link com duas páginas que eu considerei MUITO boas.

Página 1

Página 2

(Pegas no site www.vagaproject.blogspot.com – onde tu também pode encontrar os outros episódios)

Mas acho que vou me despedindo? Não sei. É, é melhor ir. A faculdade tá apertando, e algumas provas complicadas vêm se aproximando.

Se alguém tiver algum tema interessante ou qualquer cousa do gênero, larga aí e discutamos sobre, mas prometo pegar mais ônibus diferentes pra ter algo novo pra contar. Haha. Por sinal, qual o plural de ônibus? Ônibuses? Ônibussssss? Inferno de português.

Eras isso, abraços do L.

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Utopia e Inocência

05/26/2010 at 19:46 (Outros)

Então, afinal, o que vale mais a pena? Viver utopias, ser inocente ou morrer na realidade? Pergunto-me hoje isso.

Será utópico e inocente demais imaginar que as pessoas vão olhar ao lado e notar que tu de fato TÁ ali, ao invés de simplesmente olharem e fazerem o que é mais fácil e melhor pra si mesmas?

Será utópico as pessoas lerem teus olhos, analisarem tua voz e perceberem a entrelinha que tu esconde por detrás de um sorriso?

Não exige-se o requinte e a capacidade dedutória das pessoas, mas um mínimo de sentimento.

É utópico e inocência por minha parte ser gentil? Pedir desculpas? Tentar ser justo? Querer meus amigos por perto?

É utópico e inocente manter a palavra? Ser firme e resoluto? Agir em prol das pessoas, principalmente das pessoas amigas?

Não sei o que anda acontecendo . Sô eu que tenho vivido numa utopia barata e inocente – e preciso me readequar ao mundo moderno. Ou é o resto das pessoas que andam perdendo esses valores que, aparentemente, são medievais (não literalmente medievais, mas sim antigos). Afinal, o que tá havendo?

Mas pra quem tem pensamento forte, o impossível é só questão de opinião” – Charlie Brown Jr.: Só os Loucos Sabem

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Contradição

05/24/2010 at 18:56 (Dia-a-dia)

Bueno, um grande amigo meu pediu-me para publicar seu texto, e aí vai gurizada, até porque é pertinente e mostra que sempre existe o outro lado. Assim como eu vi pessoas serem estúpidas e grosseiras com um cego, ele viu alguém AJUDANDO um cego.

Mas bueno, seu texto na íntegra:

Como vira e mexe esse blog acaba por contar histórias de ônibus (na sua maioria histórias hilárias), resolvi pedir ao Sr. Dono do Blog (o L, também conhecido como Nakrul) um espacinho para que pudesse compartilhar um acontecimento que presenciei uns dias atrás, ao andar de ônibus pelas ruas da capital, e ele, gentilmente, cedeu-me o espaço. Bom, comecemos então…

Em um dia chuvoso, daqueles que só  se pensa em chegar em casa de uma vez e tirar a roupa molhada, colocar uma calça de abrigo e um blusão velho, estava eu, em um ônibus, indo para casa. Eis que entra um senhor cego, daqueles que vendem bilhetes de algum concurso da Loteria (não sei se LotoFácil, TimeMania, enfim…). Como de costume, com uma vóz quase robótica, o senhor cego faz seu discurso pronto, contando as dificuldades pela qual ele passa por ter a sua deficiência, e pede, gentilmente, aos passageiros que cooperem com ele, comprando algum bilhete da Loteria, ou até mesmo lhe dando alguma moeda. Eis que uma senhora, sentada ao fundo do ônibus, coincidentemente próxima a mim, mexe em seus pertences, chama o tal senhor cego, e dá a ele uma nota de 20 reais. Não contente, ela continuou a mexer em seus pertences e acho mais 5 reais, e prontamente os deu ao senhor cego, comprando, assim, todos os bilhetes que estavam a venda.

Foi um acontecimento muito bonito. Via-se, devido ao jeito de se vestir, que a tal senhora não tinha muita coisa nem mesmo para si própria,  mas, ainda assim, em um ato quase heróico, tirou R$ 25,00 de sua própria carteira para ajudar um senhor que passa por dificuldades. A atitude dessa senhor me comoveu muito. Tenho certeza que comoveu também a outras pessoas que testemunharam a cena. Pena eu não ter nada de dinheiro comigo no momento, senão, eu também ajudaria o senhor, inspirado na bondade de uma mulher que pouco tinha a dar, e ainda assim deu muito.

O ceguinho ficou com um sorriso de orelha a orelha. Correu de volta à roleta para contar para o cobrador o que havia acontecido em um tom de alegria, alegria quase infantil! Desceu do ônibus, despediu-se com muita gratidão da mulher que o dera, provavelmente, a maior quantia de dinheiro desde que ele começara a vender bilhetes da loteria nas linhas de ônibus da capital. Ao sair do ônibus, saiu cantarolando em alto e bom som, com um sorriso gigante estampado em seu rosto.

Sei que não é uma história muito engraçada, na realidade não é NADA engraçada, mas é uma história muito bonita.

Espero que ela possa servir de exemplo para muita gente!

Valeu Nakrul, pelo espaço!

Nícolas Junqueira Reichert


Viu? Só pra cremar os meus dedos por ter relatado a minha história. 😛 E ficamos por aqui, ao menos por hoje!

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Lack of Inspiration

05/23/2010 at 23:35 (Sem categoria)

Sabe quando muita coisa acontece? Eu tenho, tinha, milhares de coisas pra colocar por aqui. Sentei uns 4, 5 dias seguidos na frente do computador pra tentar escrever e… não saiu. Foi a primeira vez que passei por isso com esse blog. Será que tá começando a faltar a inspiração?

Mas cá estou eu novamente. Pra falar disso novamente. A falta de inspiração vai me impedir de tomar e dissertar sobre um assunto em específico, mas falarei de modo geral dos últimos acontecimentos que eu passei – afinal, foram 5 dias de ostracismo.

Inter, valeu por se classificar contra o Estudiantes, na Argentina. Fossati, tu é burro. São Paulo, mesmo que tenha nos socado 2×0 no Beira-Rio, não quer dizer que isso vai se repetir.

Valeu aos meus amigos de fé por se fazerem presentes e jogar um belo futsal. Mesmo que a derrota tenha nos atingido, ver alguns correndo como nunca (tipo, 3 metros durante 2 minutos e cair no chão morrendo) valeu muito.

Gringos provavelmente têm língua presa. Não conseguem falar meu nickname (Nakrul). Sempre sai algumas variações do tipo “Narkul”, “Narkrul” e algumas bizonhices.

Eles também adoram nomes verdadeiros de sul americanos.

Criei inúmeras teorias com meu amigo Régis numa madrugada, antes do jogo de futebol semi-profissional dele (ou seja, levando um atleta para o mau caminho).

Fui até os confins do universo ver o maldito jogo – que empataram com um time fraco.

Revi “Gigante – Como o Inter Conquistou o Mundo” pela centésima vez e continuo chorando como uma criança cada vez que o gol é narrado ou passa.

Vi pessoas sendo estúpidas e extremamente infelizes com um cego, que mesmo abordando de uma forma meio errada pra pedir algum donativo, não merecia o tipo de atitude que sofreu. Ofensas e direito a pegar o papelzinho escrito “me ajude, sou cego” e jogar no chão.

Fazia tempo, mas me dei o luxo de pegar um ônibus que eu não sabia se vinha ou não pra minha casa. Reconheci uma das ruas por onde ele ia passar como sendo próxima da minha casa e o chamei, rumo ao desconhecido. Por sorte passou, mas a adrenalina de não saber foi muito boa. Recomendo imensamente pegarem ônibus desconhecidos. Esse sentimento de liberdade é único.

Tive um dos piores dias dos últimos tempos – acho que quinta-feira. Sei lá, era um dia chuvoso, as aulas foram terríveis, os ônibus tavam lotados e ruins no geral (abafados e com ar viciado) – embora tivessem iluminadas presenças femininas. Vi um casal romper de uma forma que eu conheço bem, o que me deixou triste. Principalmente pelas feições do casal. Tenho certeza que já vi aquelas expressões antes.

Ouvi Cidadão Quem no carro de um amigo, enquanto andava pelas ruas da Província de São Pedro e tive momentos de pura nostalgia, relembrando o passado.

Agora a pouco, notei que fiquei realmente satisfeito com alguns comentários que recebi, porque parece que entenderam o que eu queria falar.

E assim foi-se, seis dias de vida. Tanta e tão pouca coisa.

No próximo post tentarei dissertar sobre alguma das “minhas” teoria, que formei em conversação com dois grandes amigos – Gabriel e Régis.

Buenos, antes de me ir, fica minha wish list – resolvi escrever uma pra ver se alguém se condói e me consegue algo da lista 😀

1)      U m Kuvasz (fêmea ou macho);

2)      Caso o Kuvasz esteja muito longe das possibilidades, um Golden;

3)      Um casaco estilo lenhador, porque é puro estilo;

4)      Um livro (preferencialmente o terceiro da série O Conquistador ou o quinto da série Crônicas Saxãs);

5)      MONEY!

E termino com uma frase bonita que ouvi numa música:

… busco uma resposta que acalme o meu coração.

Do amanhã não sei o que posso esperar.

Detonautas Roque Clube – O Retorno de Saturno

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A tal história da Superação

05/17/2010 at 21:16 (Outros)

Antes de começar isso aqui (o blog), eu me prometi nunca tratar de alguns determinados assuntos. Mas não sei. Às vezes vale a pena discursar sobre. Afinal, a idéia disso aqui não é fazer um “meu querido diário”? Pois então, escreverei o que quiser aqui. HAHAHA. 😀

Depois de uma sexta-feira perfeita, repleta de sorte, risadas e terminando com o magnífico espetáculo Quidam, veio o fim de semana. Tempo de reflexão pra mim, retiro da sociedade e descanso pro espírito. Confesso que as madrugadas de tempo gasto com meus amigos de jogatina foram deveras divertidas – apesar dos estresses normais com alguns. Risadas e mais horas de risadas sábado e domingo. Mas também um tempo de reflexão. E tudoculminou nessa segunda-feira.

Notei hoje como as pessoas precisam provar a si mesmas que superaram tudo. Superação. Do dicionário: “Ato de Superar”. Superar: vencer, ultrapassar, exceder. “Me superei nisso”, “Já superei essa fase”, e outras cousas más.

Mas a que eu gostaria de dissertar é sobre a superação da história. As pessoas não superam a história. A história sempre vai ser mais forte, não importa o quanto uma pessoa ache que a superou. Entro no sentido de história como algo que nos toque a alma. Qualquer coisa que nos toque a alma não é superável. É impossível. E isso que eu sempre fui da categoria que diz que “nada é impossível” – ao melhor estilo propaganda da AdidasImpossible is Nothing”.

A perda de alguém importante, a perda de um amor, a perda de um amigo… Sempre podemos encontrar na pessoa que perdeu a frase “eu já superei”. Notaram como superação sempre é veiculada a perdas? E as perdas, normalmente, são nossa história. História é o que nos é escrito na alma. Da alma não podemos dar um “ctrl+x” (recortar), nem um “ctrl+z” (voltar).

Então… Por que as pessoas continuam dizendo que superaram alguma coisa?

Não entendo. Sinceramente. Por que não fazemos como os livros de história? A história tá ali, pra todo mundo se lembrar dela, mas deixar ela ali, de cantinho.  O destino é implacável e sorrateiro. Se aconteceu, era pra acontecer. Tomamos alguma atitude e/ou fizemos alguma coisa, não adianta. Já fizemos. Já é história. Não há meio de superar.

O que vejo comumente – e, quem sabe, também se aplique a mim – é o ato de “enterrar”. Enterramos nossos mais profundos sentimentos associados à perda (mágoa, frustração, saudade e qualquer outro). Isso só nos mata.

Hoje sou da convicção de que não precisamos superar a nossa história, mas sim aprender a viver com ela. Olharmos pra ela e tirarmos nossa lição – sem rancores, mágoas e/ou outro qualquer sentimento negativo. Sei também que isso é da convicção de muita gente.

Mas pra que isso aconteça, precisamos guardá-las no nosso “livro” sem esses sentimentos, o que não acontece, e então nos vestimos com a capa do “eu já superei” pela existência de tais sentimentos.

Reflitamos sobre a nossa história, sobre nossos sentimentos, principalmente sobre nossos sentimentos quanto a nossa história e deixemos a capa do “eu já superei” de lado.

“I would have wanted to unearth all buried grief” – Livro de Fotografias “Cirque du Soleil: Quidam”. (Tradução: Preferiria desenterrar toda mágoa encoberta)

(Obs.: Sim, o tópico hoje não foi feliz, tampouco uma reclamação, mas sim uma reflexão própria. Foi fruto de outro devaneio meio durante a madrugada. Peço desculpas por não presentear com mais um post sobre ônibus. Resolvei escrever sobre a mesma por notar o quão irritado eu fico quando reflito sobre – e fica aqui registrada a minha vontade e tentativa de mudar.)

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Goku e o mundo de Quidam

05/15/2010 at 12:43 (Dia-a-dia, Outros)

Antes que me perguntem o título, explicarei:

Por que Goku? A uns dias atrás no ônibus, encontrei um amigo. Ficamos conversando até que notamos uma distinta senhorita a nos encarar. Como bons mongolões, começou a troca de desafios “te desafio a __” e etc. Bueno, meu desafio foi “duvido tu ir lá e se apresentar pra ela”.

Sim, ao melhor estilo “Oi, eu sou o ____” . Eu, bem malandro, “e o que eu ganho?”. “- Cinco reais”, com direito a mostrar a nota. Fechou todas. Juntei minhas forças, olhei a distinta moça que começou a se dirigir justamente para onde nos encontrávamos. Logo reuni coragem e larguei para a moça “Oi… Eu sou o…” e meu cérebro falhou. Lapso, retardamento, caracterize como quiser, mas completei a frase com “Goku”, formando assim a célebre frase que terminava cada episódio do Dragon Ball Z.

Tá, e o “Mundo Mágico de Quidam”, colé? Simples. ASSISTAM. O maior espetáculo itinerante do mundo – Cirque du Soleil – está encerrando sua temporada em Porto Alegre (da apresentação Quidam) e me deu a louca de ir ver. 90 pilas (burguesinho) de meia estudante (chinelo) mais bem empregados nos últimos tempos. Fui a “miguelão”, comprar ingresso tipo 2 horas antes do espetáculo (rezando pra ter) e, por destino, tinha. Valeu destino!

Por favor, façam um favor a suas pobres mentes… ASSISTAM o show. Foi a coisa mais surpreendente que eu já vi ao longo dos meus 20 anos de shows, teatros e eventos culturais. Sim, eu já fui em vários – embora alguns que me conheçam a tempos possam ficar “foi? O.O”.

Não sei se era intenção, mas em determinados momentos o chão vibrava de tal forma com a música (tocada ao vivo, e muito bem executada, diga-se de passagem), aumentando a tensão das cenas… Bá. Inexplicável a coisa. Só vendo. E não vendo pelo download porco que provavelmente alguns vão fazer, mas sim INDO, PAGANDO e vendo e sentindo.

(Também recomendo que o pessoal dê uma pesquisada na história de Quidam antes,porque se não fica meio perdido, e o espetáculo além da porrada visual ganha a porrada da história).

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