Contradição

05/24/2010 at 18:56 (Dia-a-dia)

Bueno, um grande amigo meu pediu-me para publicar seu texto, e aí vai gurizada, até porque é pertinente e mostra que sempre existe o outro lado. Assim como eu vi pessoas serem estúpidas e grosseiras com um cego, ele viu alguém AJUDANDO um cego.

Mas bueno, seu texto na íntegra:

Como vira e mexe esse blog acaba por contar histórias de ônibus (na sua maioria histórias hilárias), resolvi pedir ao Sr. Dono do Blog (o L, também conhecido como Nakrul) um espacinho para que pudesse compartilhar um acontecimento que presenciei uns dias atrás, ao andar de ônibus pelas ruas da capital, e ele, gentilmente, cedeu-me o espaço. Bom, comecemos então…

Em um dia chuvoso, daqueles que só  se pensa em chegar em casa de uma vez e tirar a roupa molhada, colocar uma calça de abrigo e um blusão velho, estava eu, em um ônibus, indo para casa. Eis que entra um senhor cego, daqueles que vendem bilhetes de algum concurso da Loteria (não sei se LotoFácil, TimeMania, enfim…). Como de costume, com uma vóz quase robótica, o senhor cego faz seu discurso pronto, contando as dificuldades pela qual ele passa por ter a sua deficiência, e pede, gentilmente, aos passageiros que cooperem com ele, comprando algum bilhete da Loteria, ou até mesmo lhe dando alguma moeda. Eis que uma senhora, sentada ao fundo do ônibus, coincidentemente próxima a mim, mexe em seus pertences, chama o tal senhor cego, e dá a ele uma nota de 20 reais. Não contente, ela continuou a mexer em seus pertences e acho mais 5 reais, e prontamente os deu ao senhor cego, comprando, assim, todos os bilhetes que estavam a venda.

Foi um acontecimento muito bonito. Via-se, devido ao jeito de se vestir, que a tal senhora não tinha muita coisa nem mesmo para si própria,  mas, ainda assim, em um ato quase heróico, tirou R$ 25,00 de sua própria carteira para ajudar um senhor que passa por dificuldades. A atitude dessa senhor me comoveu muito. Tenho certeza que comoveu também a outras pessoas que testemunharam a cena. Pena eu não ter nada de dinheiro comigo no momento, senão, eu também ajudaria o senhor, inspirado na bondade de uma mulher que pouco tinha a dar, e ainda assim deu muito.

O ceguinho ficou com um sorriso de orelha a orelha. Correu de volta à roleta para contar para o cobrador o que havia acontecido em um tom de alegria, alegria quase infantil! Desceu do ônibus, despediu-se com muita gratidão da mulher que o dera, provavelmente, a maior quantia de dinheiro desde que ele começara a vender bilhetes da loteria nas linhas de ônibus da capital. Ao sair do ônibus, saiu cantarolando em alto e bom som, com um sorriso gigante estampado em seu rosto.

Sei que não é uma história muito engraçada, na realidade não é NADA engraçada, mas é uma história muito bonita.

Espero que ela possa servir de exemplo para muita gente!

Valeu Nakrul, pelo espaço!

Nícolas Junqueira Reichert


Viu? Só pra cremar os meus dedos por ter relatado a minha história. 😛 E ficamos por aqui, ao menos por hoje!

1 Comentário

  1. ruldra said,

    po pessoas como essa senhora que o mundo ainda não está perdido 🙂
    ah, nicolas, ”voz” não tem acento. auehauehuaehuaeheua
    belo texto =]

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